Desde o surgimento das primeiras fábricas, o desenvolvimento do setor industrial sempre esteve relacionado com a evolução tecnológica. Com o avanço da Inteligência Artificial (IA) isso não tem sido diferente.
O uso de técnicas avançadas na construção de máquinas inteligentes e de soluções inovadoras para os processos de produção é uma realidade da Indústria 4.0, — em que a Inteligência Artificial é usada para manter as fábricas competitivas, modernas e altamente produtivas. A seguir, conheça mais sobre essa realidade e entenda a relação entre a Indústria 4.0 e a IA!
Em linhas gerais, a Inteligência Artificial é caracterizada por um conjunto de técnicas utilizadas para o aprimoramento do desempenho das máquinas, que passam a atuar de forma constante e autônoma. Ou seja, a IA é o desenvolvimento de tecnologias, que têm por fim não só reproduzir, mas também otimizar a capacidade reflexiva e perceptiva humanas.
Essas tecnologias estão diretamente relacionadas aos softwares e dispositivos que foram criados e aperfeiçoados nos últimos anos. Eles são capazes de identificar padrões, perceber comportamentos, avaliarem um conjunto de dados e, principalmente, realizar tarefas complexas sem ou com pouca intervenção humana.
Na esteira destes avanços, surge o que ficou conhecido como Indústria 4.0 ou, ainda, 4º Revolução Industrial. Esse período é impulsionado pela implementação de tecnologias cada vez mais sofisticadas na automatização e aperfeiçoamento da cadeia produtiva, como Big Data, Internet das Coisas e espaços cyber-físicos.
Trata-se de tecnologias que estão ganhando o chão de fábrica. Elas correspondem a sensores e dispositivos acoplados ao maquinário que conseguem gerar dados, monitorar e avaliar a capacidade das máquinas, assim como trocar dados entre elas e a respeito do ambiente de produção.
De forma unificada, os dados gerados se transformam em informações que podem ser usadas na otimização dos processos, na prevenção de falhas e no auxílio às tomadas de decisão pelos gestores.
A interação entre máquinas e humanos é a marca da Inteligência Artificial e da consolidação da Indústria 4.0. Desse modo, a automatização dos processos não significa a redução de postos de emprego, mas, sim, uma conexão cada vez mais orquestrada entre trabalhadores e equipamentos tecnológicos. Confira alguns benefícios das fábricas inteligentes!
O aprimoramento de algoritmos capazes de avaliar e resolver situações cada vez mais complexas permite que as falhas na cadeia produtiva sejam identificadas de forma precisa e possam ser rapidamente evitadas ou consertadas. Uma vantagem desse trabalho preventivo, fruto de um monitoramento dos padrões de produção e de técnicas de inspeção visual, é que também são reduzidas as chances de algum acidente na fábrica. Além disso, máquinas inteligentes podem ser usadas em contextos de trabalho que seriam nocivos aos humanos.
Se tem uma coisa que a empresa ganha com a automação é tempo. Afinal, processos mais ágeis são resultados de etapas integradas e dinâmicas. Nesse sentido, a Inteligência Artificial tem como um dos objetivos aumentar de forma qualificada a produção das máquinas, identificando os padrões e melhorando seu próprio funcionamento. Como exemplo, tem-se a realização de tarefas repetitivas por robôs, em que há ganho de tempo e eficiência simultaneamente.
Essas são, mais do que vantagens, consequências do desenvolvimento da Indústria 4.0. Como você já percebeu, as etapas da cadeia tendem a ficar mais tecnológicas e modernas. Acontece que, nem só o processo se moderniza, como o resultado final também é melhor. Isso porque tais tecnologias podem ser usadas no desenvolvimento de produtos mais úteis e adequados às necessidades do cliente, além de terem um design moderno. Um exemplo é o design generativo. Nele os produtos são concebidos pelo cruzamento de algoritmos e regras programadas para atender melhor aos dados captados de diferentes fontes para produção de algo personalizado para o consumidor final.
Para ficar mais evidente a função da IA na Indústria 4.0, vamos conhecer algumas aplicações práticas que mostram as contribuições da Inteligência Artificial para o crescimento da Indústria 4.0.
Uma das grandes dificuldades das empresas é gerir a logística de transporte de cargas, seja da matéria-prima ou da entrega do produto final. Por isso, soluções de Inteligência Artificial já são uma realidade nessa etapa.
Um exemplo de setor onde essa prática é difundida é o agronegócio. Máquinas sozinhas realizam colheitas e levam o conteúdo até o lugar onde ele será trabalhado, e veículos automáticos também já são parte das logísticas de empresas de mineração ou de extração de materiais naturais. E a otimização não está presente apenas no transporte automático, assim como no planejamento e monitoramento de deslocamentos.
Identificação de tráfegos — que geram congestionamentos e atrasos —, desenho de rotas mais eficazes, alertas de segurança no transporte e rastreamento em tempo real fazem parte de técnicas de IA cada vez mais integradas com os diferentes tipos de indústrias.
A integração e modernização só acontecem quando as decisões e estratégias de chão de fábrica estão, de fato, alinhadas com o escritório. Por isso, as métricas de avaliação, muitas delas geradas pelos processos automatizados, são essenciais para crescimento do negócio. Nesse caso, a adoção de KPI’s (key performance indicators) é uma das formas de acompanhar a performance tanto da cadeia produtiva quanto das vendas da mercadoria.
No chão de fábrica, os indicadores mostram padrões e auxiliam os gestores a diminuir gargalos produtivos. No relacionamento direto com o cliente, esses critérios trazem um cenário de vendas, de preferências e de resultados concretos da empresa no mercado.
Um exemplo dessa aplicação é a aquisição de informações sobre os clientes, fornecidas por eles ou coletadas a partir de seus comportamentos em plataformas digitais, os quais direcionam completamente a abordagem com o público e a produção das mercadorias em si.
A Inteligência Artificial não só tem impulsionado a Indústria 4.0, como é parte intrínseca do seu desenvolvimento. Contudo, é preciso ter em mente que, mais do que um conjunto de técnicas, a Indústria 4.0 é uma cultura e, por isso, deve ser implementada de forma consciente e qualificada.
Funcionários e colaboradores precisam entender o sentido e as aplicações da Inteligência Artificial, a fim de que os processos se tornem, de fato, mais otimizados e eficientes — resultando em um ambiente que promova o contato entre humanos e máquinas de forma harmoniosa.